
O indiano Joe Pereira tem 66 anos, pratica e ensina Yoga e
é padre católico. Segundo o jornal canadense The Vancouver Sun, não há contradição nisso. A explicação é que o trabalho do padre Joe é considerado um exemplo de “aculturação”, uma prática aceita pelo Vaticano que estimula os padres a adaptar costumes e ritos religiosos regionais ao catolicismo. Ao jornal, padre Joe diz que as figuras mais influentes na sua vida foram o mestre indiano de Yoga B.K.S. Iyengar e a Madre Teresa de Calcutá – que uma vez, preocupada, lhe perguntou: “Padre Joe, o que é essa Yoga que você anda ensinando às minhas freiras?” A resposta foi que as freiras andavam cochilando durante as orações… Passado o susto, Madre Teresa se convenceu dos poderes terapêuticos do Yoga e deu ao padre forte apoio para a criação da Fundação Kripa (
http://www.kripafoundation.org/), a maior ONG de saúde da Índia, que hoje tem 50 institutos espalhados pelo país dedicados ao ensino da espiritualidade, o Yoga e a psicologia como forma de superar vícios e para o tratamento da Aids. Famoso na Índia, o homem que passou grande parte da vida tentando atenuar as desconfianças e constuir pontes entre as duas tradições fala de Jesus como o “Yogui Supremo”, porque somente um yogui pode dizer “Eu e o Pai somos Um”. Para ele, o Yoga é um caminho para a entrega total, ou unidade, com Deus. Pereira se descreve como um “celibato sexual” desde que começou a aprender o Yoga quase 40 anos atrás. Ele diz que aprendeu, por meio da prática, a não negar sua energia sexual. “Negar essa energia leva à pedofilia e outras explosões perigosas”, explica. Em vez disso, ele diz que o Yoga ensina a sublimar sua energia sexual e usá-la para manter uma vida saudável. Apesar dessa visão não ortodoxa, Padre Pereira vem conseguindo manter um forte apoio de líderes católicos indianos ao seu trabalho.
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