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21 de abr. de 2009

Beatificação e canonização: diferenças e semelhanças

A história do Convento do Beato remonta ao século XV, quando a Rainha D. Isabel obtém autorização para construir na ermida de S. Bento um hospício para a congregação dos ‘frades azuis’ ou ‘loios’. Antes de poder cumprir o seu desejo, em 1455, a Rainha D. Isabel morre, deixando em testamento 8.000 coroas de ouro para edificar o hospício.No século XVI, Frei António da Conceição incentiva a construção do Convento. Reza a história que com apenas 7 tostões que recebera de esmolas, conseguiu dar início à construção do esplendoroso Convento. Esta obra milagrosa veio aumentar a sua fama e em 1602 o povo eleva-o a santo (tendo sido reconhecido como tal pela Igreja apenas no séc. XVIII), passando a tratá-lo por Beato António e a sua magnífica obra como Convento do Beato. Cedo toda a freguesia onde fora edificado o Convento, passa a ser conhecida como freguesia do Beato.
Os materiais usados na construção do Convento do Beato, predominantemente mármores brancos com laivos de jaspes vermelhos de origem nacional, conferem-lhe não só características únicas como também uma forte resistência, como se comprovou aquando do terramoto de 1755. Nessa altura, o Convento do Beato foi abrigo dos frades do Convento dos Lóios que consigo trouxeram várias relíquias de valor inestimável que resgataram dos escombros e das chamas.No final do séc. XVIII, uma das alas do Convento passa a ser utilizada como Hospital Real Militar e em 1834 o negociante João de Brito compra parte das edificações entretanto parcialmente destruídas por um incêndio de grandes dimensões.Assim se deu início à utilização do Convento para fins industriais, instalando-se uma moderna unidade fabril onde funcionou pela primeira vez em Portugal uma máquina a vapor. 15 anos mais tarde, em 1849, a Rainha D. Maria II concede autorização para a utilização da marca “Nacional” nos produtos daquela empresa, como reconhecimento ao industrial João de Brito.Reconhecido ao longo dos anos pela sua magnífica construção, o Convento do Beato foi em 1984 classificado pelo IPPAR como Património de Interesse Público, tendo sido utilizado para a realização de vários eventos de cariz cultural.Em 1999, o Grupo Cerealis, vocacionado para a transformação de cereais, com produção de massas alimentícias, farinhas, cereais para pequeno-almoço e bolachas, adquire a “Nacional“. Ciente do valor inestimável que o Convento do Beato tem, tanto para a cidade de Lisboa, como para o país, imprime uma gestão mais dinâmica a este espaço, com projectos e obras de beneficiação que proporcionaram uma maior notoriedade nacional e internacional a este espaço para a realização de eventos.
A beatificação é quando o Papa declara alguém Beato (ou Bem-aventurado), a canonização é quando o Papa declara que um beato é Santo, com aconteceu com Santa Paulina (de Beata Paulina passou a ser chamada Santa Paulina; o mesmo deverá acontecer um dia com os outros nossos beatos).

A primeira diferença entre a beatificação e a canonização é quanto ao tipo de ensinamento da Igreja.Quando o Papa declara alguém Beato isso é considerado um ensinamento oficial da Igreja a respeito dessa pessoa. O que isso quer dizer? Que ela viveu as virtudes cristãs de forma heróica, ou então, se é o caso de um mártir, que ela recebeu um martírio verdadeiro (chama-se declaração de magistério ordinário). Quando alguém é declarado santo é diferente: isso é feito de forma solene, com uma declaração infalível, que só o Papa ou os bispos todos do mundo inteiro unidos em Concílio podem fazer (Essa declaração é chamada declaração de magistério infalível, ou seja, é um dogma, é uma verdade irrevogável e definitiva). Quanto à vida virtuosa da pessoa, a canonização não acrescenta nada de novo ao que já foi falado na beatificação.A segunda diferença é quanto ao culto público que se presta a essas pessoas (culto público são as orações oficiais e públicas a essa pessoa em igrejas e oratórios, missas, veneração oficial de suas relíquias, etc.): com a beatificação a Igreja permite que se preste culto público ao Beato somente em algumas regiões, ou seja, nas regiões onde ele viveu, e na canonização esse culto é estendido ao mundo inteiro, é universal.

Agora as semelhanças: a primeira semelhança entre a beatificação e a canonização é que ambas falam que essas pessoas tiveram uma vida virtuosa e santa. A segunda semelhança é que, NA REGIÃO ONDE O BEATO VIVEU, ambas permitem ali o seu culto público.Isso levanta uma questão: se formos olhar pela conveniência pastoral, ou seja, o proveito espiritual dos fiéis, nos países onde o beato viveu, a beatificação já é pastoralmente suficiente, pois permite o seu culto público. Os beatos ali já fazem parte do centro da vida da Igreja, que é a liturgia.

Fonte: Santos do Brasil

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