Era para os judeus uma festa de grande alegria, pois era a festa das colheitas. Ação de graças pela colheita do trigo. Vinha gente de toda a parte: judeus saudosos que voltavam a Jerusalém, trazendo também pagãos amigos e prosélitos. Eram oferecidas as primícias das colheitas no templo. Era também chamada festa das sete semanas por ser celebrada sete semanas depois da festa da páscoa, no qüinquagésimo dia. Daí o nome Pentecostes, que significa "qüinquagésimo dia".
No primeiro pentecostes, depois da morte de Jesus, cinqüenta dias depois da páscoa, o Espírito Santo desceu sobre a comunidade cristã de Jerusalém na forma de línguas de fogo; todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas (At 2,1-4). As primícias da colheita aconteceram naquele dia, pois foram muitos os que se converteram e foram recolhidos para o Reino.
Quem é o Espírito Santo?
O prometido por Jesus: "...ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a realização da promessa do Pai a qual, disse Ele, ouvistes da minha boca: João batizou com água; vós, porém, sereis batizados com o Espírito Santo dentro de poucos dias" (At 1,4-5).
Espírito que procede do Pai e do Filho: "quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade que vem do Pai, ele dará testemunho de mim e vós também dareis testemunho..." (Jo 15 26-27). O Espírito Santo é Deus com o Pai e com o Filho. Sua presença traz consigo o Filho e o Pai. Por Ele somos filhos no Filho e estamos em comunhão com o Pai.
A Solenidade do Pentecostes
No dia de Pentecostes o Espírito Santo desceu com poder sobre os Apóstolos; teve assim início a missão da Igreja no mundo. O próprio Jesus tinha preparado os Onze para esta missão aparecendo-lhes várias vezes depois da sua ressurreição (cf. Act 1, 3). Antes da ascensão ao Céu, ordenou que "não se afastassem de Jerusalém, mas que aguardassem que se cumprisse a promessa do Pai" (cf. Act 1, 4-5); isto é, pediu que permanecessem juntos para se prepararem para receber o dom do Espírito Santo. E eles reuniram-se em oração com Maria no Cenáculo à espera do acontecimento prometido (cf. Act 1,14).
Permanecer juntos foi a condição exigida por Jesus para receber o dom do Espírito Santo; pressuposto da sua concórdia foi uma oração prolongada. Desta forma, encontramos delineada uma formidável lição para cada comunidade cristã. Por vezes pensa-se que a eficiência missionária dependa principalmente de uma programação atenta e da sucessiva inteligente realização mediante um empenho concreto.
Sem dúvida, o Senhor pede a nossa colaboração, mas antes de qualquer resposta nossa é necessária a sua iniciativa: é o seu Espírito o verdadeiro protagonista da Igreja. As raízes do nosso ser e do nosso agir estão no silêncio sábio e providente de Deus.
As imagens que São Lucas usa para indicar o irromper do Espírito Santo o vento e o fogo recordam o Sinai, onde Deus se tinha revelado ao povo de Israel e lhe tinha concedido a sua aliança (cf. Êx 19, 3ss). A festa do Sinai, que Israel celebrava cinquenta dias depois da Páscoa, era a festa do Pacto. Falando de línguas de fogo (cf. Act 2, 3), São Lucas quer representar o Pentecostes como um novo Sinai, como a festa do novo Pacto, na qual a Aliança com Israel se alarga a todos os povos da Terra. A Igreja é católica e missionária desde a sua origem. A universalidade da salvação é significativamente evidenciada pelo elenco das numerosas etnias a que pertencem todos os que ouvem o primeiro anúncio dos Apóstolos (cf. Act 2, 9-11).
O Povo de Deus, que tinha encontrado no Sinai a sua primeira configuração, hoje é ampliado a ponto de não conhecer qualquer fronteira de raça, cultura, espaço ou tempo. Diferentemente do que tinha acontecido com a torre de Babel (cf. Jo 11, 1-9), quando os homens, intencionados a construir com as suas mãos um caminho para o céu, tinham acabado por destruir a sua própria capacidade de se compreenderem reciprocamente. No Pentecostes o Espírito, com o dom das línguas, mostra que a sua presença une e transforma a confusão em comunhão. O orgulho e o egoísmo do homem geram sempre divisões, erguem muros de indiferença, de ódio e de violência.
O Espírito Santo, ao contrário, torna os corações capazes de compreender as línguas de todos, porque restabelece a ponte da comunicação autêntica entre a Terra e o Céu. O Espírito Santo é Amor.
Mas como entrar no mistério do Espírito Santo, como compreender o segredo do Amor?
A página evangélica conduz-nos hoje ao Cenáculo onde, tendo terminado a última Ceia, um sentido de desorientação entristece os Apóstolos. A razão é que as palavras de Jesus suscitam interrogativos preocupantes: Ele fala do ódio do mundo para com Ele e para com os seus, fala de uma sua misteriosa partida e há muitas outras coisas ainda para dizer, mas no momento os Apóstolos não são capazes de carrregar o seu peso (cf. Jo 16, 12). Para os confortar explica o significado do seu afastamento: irá mas voltará; entretanto não os abandonará, não os deixará órfãos.
A página evangélica conduz-nos hoje ao Cenáculo onde, tendo terminado a última Ceia, um sentido de desorientação entristece os Apóstolos. A razão é que as palavras de Jesus suscitam interrogativos preocupantes: Ele fala do ódio do mundo para com Ele e para com os seus, fala de uma sua misteriosa partida e há muitas outras coisas ainda para dizer, mas no momento os Apóstolos não são capazes de carrregar o seu peso (cf. Jo 16, 12). Para os confortar explica o significado do seu afastamento: irá mas voltará; entretanto não os abandonará, não os deixará órfãos.
Enviará o Consolador, o Espírito do Pai, e será o Espírito que dará a conhecer que a obra de Cristo é obra de amor: amor d'Ele que se ofereceu, amor do Pai que o concedeu.
É este o mistério do Pentecostes: o Espírito Santo ilumina o espírito humano e, revelando Cristo crucificado e ressuscitado, indica o caminho para se tornar mais semelhantes a Ele, isto é, ser "expressão e instrumento do amor que d'Ele promana" (Deus caritas est 33).
Reunida com Maria, como na sua origem, a Igreja hoje reza: "Veni Sancte Spiritus! Vem, Espírito Santo, enche os corações dos teus fiéis e acende neles o fogo do teu amor!".
Amém.
O Espírito Santo em minha vida
"Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância"(Jo 10,10)
"Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. (Jo 15,5)
"O vento sopra onde quer; ouves-lhes o ruído, mas não sabes donde vem, nem para onde vai. Assim acontece com aquele que nasceu do Espírito". (Jo 3,8)
Quando retorno meus pensamentos para refletir minha caminhada em Jesus, deparo-me com essas três citações que alicerçaram a história de minha vida renovada no Espírito Santo. Lá pelos idos de 1972, juntamente com alguns jovens e o Pe Jonas, fomos até Campinas - SP (Vila Brandina); lá fizemos uma experiência com Deus através do seu Espírito Santo que marcou minha vida e me faz até hoje "viver"as realidades ensinadas por Jesus.
Permanecer em Jesus é reconhecer que nada somos ou podemos sem Ele; é uma realidade cotidiana. Permanecer em Jesus é deixar-se ser modelado por Ele: viver a nossa natureza humana, conforme o projeto que Deus pensou para nós - ser amor e fazer a experiência do amor no convívio com os irmãos; desfazendo nossa vaidade, orgulho, "deixando" o Espírito Santo frutificar em nós os frutos que nos identificam como filhos amados: paz, alegria, delicadeza, bondade, fidelidade, brandura... (Gl 5,22). No meu dia a dia, continuo acreditando na exortação de Jesus: sem mim nada podeis fazer!
Á medida que reconhecemos nossa dependência em Deus nos tornamos como o vento...; nossa vida não pertence mais a nós! Sou casado já há 28 anos, vivo conforme a vontade de Deus meu casamento com a Ana Maria, tenho dois filhos o Mateus e a Ana Teresa, sou professor e como servo de Deus minha vida é toda dedicada ao serviço do Reino. É possível fazer tudo isso: ser esposo dedicado, pai presente, profissional competente e responsável e, sobretudo, servo de Deus abençoado e ungido.
Minha vida não me pertence! Quando estava prestes a casar-me com a Ana Maria, coloquei para ela minha prioridade em desposar-me dela sendo um esposo dedicado sem abrir mão do meu serviço pela causa do Reino de Deus. Ela topou e hoje juntos reconhecendo nossa total dependência em Deus, nos esforçamos pela evangelização e construção desse Reino, oferecemos nossas vidas, dispondo-as a Deus. O vento sopra onde quer...
Posso testemunhar a "revolução" que Deus fez e continua fazendo em minha vida e história através da efusão de seu Santo Espírito: tenho experimentado o despertar do amor a Deus Pai - olha que foi difícil compreender "esse amor" pois meu relacionamento com meu pai Antonio foi muito difícil; a experiência profunda de Jesus vivo - amigo, companheiro de "todas" as horas; dá-nos novo amor a Maria - como filhos e dela buscar um modelo de serviço; nova compreensão da palavra de Deus, coragem para testemunhar, dá-nos o dom do louvor profundo e inicia, em nós, uma vida nova de cura e transformação. É dessa maneira que venho fazendo a experiência do "pentecostes" em minha vida! Viver conforme a vontade de Deus, em Abundância!
Catequese Católica
Um comentário:
obrigada pela informacao.adorei.
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